Ela se espreguiçava, se esticava todinha e sorria. Apoiada
naquele balcão sujo, servindo o próprio corpo em troca de algum dinheiro. Essa
era Sandra, ou como era conhecida na região, Sandrinha. Lábios carnudos, olhos
penetrantes e longo cabelo cacheado. Seios fartos, belas pernas e uma bunda
deliciosa. Sandra, Sandrinha, meu amor.
Tolo, idiota, otário, esses eram os apelidos que havia
recebido de meus amigos. Não discordei nenhum momento, se apaixonar por uma
mulher da vida não é aconselhável. Saber que outros passeiam pelo corpo de minha
pequena me dói. Queria tirar Sandrinha dessa vida, já falei pra ela que eu coloco
casa e até uso anel. Sandra não quer, ela gosta da promiscuidade, gosta de ser
desejada por todos os homens, gosta de sexo. Acho que Sandra é ninfomaníaca.
Tô aqui há uns 20 minutos com cara de idiota olhando pra ela
e escrevendo numa porcaria de bloquinho. Ela não parou um instante. Já falou
com todos os homens do bar, trocou uma caralhada de telefones, já empinou a
bunda apoiada no balcão e já arrancou dinheiro de muitos. Ela é foda. Ela é
linda, uma deusa e não é minha. Por que você faz assim comigo, Sandra? Logo eu, que era o seu “melhor cliente”...
Edu.
-
Edu, não sei se você conseguiria me entender. Tô te vendo
sentado com cara de idiota e escrevendo. Já fiz uma boa grana hoje e estou só
esperando você me chamar pra fechar a noite. Eu só quero sexo e dinheiro, nada
mais. Pare de me mandar bilhetinhos durante o meu expediente, você sabe que o
Marcão é bravo e não gosta dessas intimidades. Se quiser, vou fazer um precinho
camarada pra você, 50 “pilas” a hora.
Sandrinha.
-
Edu, mais um bilhetinho pra Sandrinha no meio do expediente
dela e eu te apago.
Marcão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário