quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Nada de flores

Demoníaca era a palavra perfeita para definir Rosa. Esculpida perfeitamente, possuía uma beleza estonteante que poderia enlouquecer os mais fracos de mente. Todos que caíam em suas redes instantaneamente se tornavam reféns. Era paixão a primeira vista.

Quantos casamentos ela destruiu? Quantos namoros ela rompeu? Quantos corações partiu? Isso pouco importava pra ela, aliás, essa era sua missão. Rosa sugava os pobres que se aventuravam com ela. Ela os cativava, iludia e depois ia embora, sem mais nem menos. As pobres vítimas de suas armadilhas voltavam para casa atordoadas com tudo o que acontecera. Mulheres inocentes eram traídas. Homens traidores eram amaldiçoados e passavam o resto da vida com Rosa em seus pensamentos. Ela era má. Era uma súcubo do amor.

Rosa viveu sua infância e juventude traindo todos. E foi envelhecendo... Envelhecendo...  Envelhecendo e cedendo sua beleza para dar lugar a rugas e cabelos brancos que cresciam. Rosa não tinha ninguém, nunca teve e nunca terá.

Rosa partiu tantos corações. Rosa partiu o próprio coração e morreu sozinha no tapete da sala.  Ela só será lembrada por quem magoou, por quem iludiu e por quem destruiu. Não haverá flores no enterro de Rosa. Nem orações. Nem ninguém. 

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