terça-feira, 9 de abril de 2013

Prioridades cotidianas

Na sala de aula estou isolada, o meu único acompanhante é meu livro. Eu deveria estar estudando, deveria estar prestando atenção nesse novo professor de Física, nessa porcaria de correção. Eu deveria estar lendo o edital de uma prova qualquer. Deveria sentir fome, o gosto do café que tomei pela manhã ainda paira em minhas papilas, mas não sinto. Eu já deveria ter lhe mandado uma mensagem desejando um "bom dia", mas meu dia não será bom. O pior é que só se passaram algumas horas desde a "despedida" derradeira e já estou abalada. Fazer o certo não é pra mim. Eu deveria estar fazendo tudo, menos pensando em ti. 

O estúpido do professor me fez parar de ler meu livro e me sinto mais solitária ainda. Minha amigas me chamam, mas eu não quero ir, não quero mudar o humor de ninguém por conta dos meus olhos tristonhos. Acho que a convivência com os teus olhos fizeram os meus entristecerem. Eu não nasci pra fazer o certo. Devo ter nascido para ser errante. Isso me faz melhor, me faz menos racional e mais feliz. 

Vou pedir pra alguma entidade abstrata para que a ordem das coisas seja alterada: que o certo seja o errado, o errado seja o certo e você seja meu. Acho que estou tendo outro devaneio, minha cólica está me matando e ao fim do dia terei certeza que a cólica é uma das melhores dores perto de ter que te ver sem mim. 

Puta que pariu, que merda está acontecendo comigo? Já me entreguei, já foi e eu não quero voltar atrás, apenas voltaremos ao início. 

O professor me mandou parar de escrever, qual é o problema dele comigo? Por que você ainda não me mandou mensagem? Acho que não vai mandar... Estou faminta. Faminta e sem inspiração para escrever coisas bonitas. Vou focar nas  prioridades, essas porcarias de prioridades cotidianas. Odeio o cotidiano. Odeio Física. 
Odeio fazer o certo.

Merda de dia. 

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