Carolina vivia em seu pequeno mundo dos prazeres. Não era
muito bonita, mas era charmosa e inteligente. Inteligentemente enganada por
todos que se interessava. Ela dizia não se importar, dizia que relacionamentos
eram para pessoas mentalmente inseguras e que era um “ser evoluído” e
independente. Carolina era hipócrita.
Tinha todos que queria, porém só por uma noite. Ela fazia de
tudo para eternizar tal noite e materializá-la fora do mundo dos sonhos.
Observação: ela sonhava muito. Sonhava com os longos beijos, com as longas
noites de amor e com as intermináveis carícias de seu parceiro. Carolina
passava a maior parte do tempo no “Mundo dos Sonhos”. Segundo ela, era melhor,
menos sofrido, mais prazeroso e menos decepcionante. Naquele mundinho, ela
podia vivenciar as mais lindas histórias de amor contadas em filmes, podia
experimentar as frutas mais doces dos pomares em que passeava com seu amor,
podia cavalgar os mais belos cavalos brancos.
O que ninguém sabia sobre Carolina era o fato de que ela
tinha sentimentos. Passava intermináveis tardes olhando pro celular e se
perguntando “Por que ele não me atende? Por que não me liga?”. Ela chorava
sozinha no sofá, naquelas tardes quentes, em seu apartamento apertado, na sua vida
de ilusões.
Essa era a nossa pequena Carolina. Ela foi crescendo,
crescendo, crescendo e desabrochando-se em uma grande Carol. Grande Carol,
grandes ilusões, pequenos amores. Seguiu sua vida, seguiu sua tristeza e por
fim, virou um grande monte de nada. Um monte de poeira. Um resto de ser humano.
Carolnada.
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